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O Milênio
O Milênio

 

 

               Os estudos a respeito do Milênio surgiram logo após a inclusão dessa promessa na revelação dada por Deus a João através do Apocalipse. João descreve que, após a derrota do anticristo e do falso profeta, por ocasião da segunda vinda de Jesus, Satanás será preso e amarrado por mil anos (Apocalipse 19:11-21 e Apocalipse 20:1-2). Baseados nesses relatos apocalípticos e nas promessas inseridas no Novo Testamento a respeito do Reino de Deus, tres posições tem surgido durante a história, cada qual com a sua visão diferente no que concerne à interpretação desse período: amilenismo, pós-milenismo e pré-milenismo.

                    

               A-MILENISMO  

 

               Esse modelo de interpretação afirma que o período denominado “Milênio” é uma figura alegórica da atuação da Igreja desde a morte e ressurreição de Cristo e não um período literal de mil anos cronológicos.

               Por considerar o Milênio apenas uma figura retórica, consequentemente, o reino milenal de Jesus também é explicado como sendo a presença da Igreja na Terra e a sua atuação constante de pregação das boas novas e conquista espiritual.

 

              PÓS-MILENISMO  

 

              Esse modelo de interpretação escatológica sustenta que a volta gloriosa de Jesus ocorrerá após um período de mil anos de paz. Ou seja, de acordo com essa linha de interpretação, o Milênio não será uma conseqüência direta da volta de Jesus em glória e sim da atuação da Igreja e seu impacto evangelístico sobre o planeta, deixando-o apto para a vinda gloriosa de Cristo.

 

             PRÉ-MILENISMO  

 

             O modelo pré-milenista defende a necessidade da volta de Jesus ocorrer antes do Milênio, para que o cumprimento de todas as promessas para esse período (paz, segurança, justiça, restauração de Israel e reinado da Igreja) se cumpram literalmente sobre a face da Terra, num reino visível, concreto e real. De acordo com o pré-milenismo, o Milênio será uma conseqüência direta da volta gloriosa de Jesus, para derrotar o sistema maligno do anticristo. De acordo com este modelo, logo após o Milênio, ocorrerá o juízo final e a criação dos novos céus e da nova Terra.   

              Dentro desses três principais modelos de interpretação para o Milênio, existem também algumas subdivisões, com pequenas diferenças a respeito de temas específicos.

              A seguir, daremos algumas razões para explicar porquê adotamos o modelo pré-milenista como forma de entender o que realmente é MILÊNIO e porque ele é, de acordo com o que cremos, o que mais se encaixa no contexto das profecias para os últimos tempos, ao mesmo tempo em que abordamos alguns argumentos amilenistas e pós-milenistas, mostrando sua posição à luz do contexto profético. Para acessar mais informações sobre o MILÊNIO, acesse a página "SEGUNDA VINDA DE JESUS". 

 

              UM REINO EXCLUSIVO  

 

              Em João 5:19, o apóstolo nos revela que o mundo jaz inteiramente no maligno. Por outro lado, o apóstolo Paulo descreve Satanás como “deus deste século”, cegando o entendimento espiritual de muitos (II Coríntios 4:4). O clímax dessa atuação satânica será experimentado durante a tribulação, tornando incongruente a afirmação de que já estaríamos vivendo o que a Bíblia denomina como Milênio e errôneo todo esforço no sentido de viver de acordo com os estereótipos de vida bem-sucedida que o sistema oferece. Deus nos ensina a não amar o mundo (sistema) nem o que nele há (I João 2:15), e a não conformar-nos com o sistema (Romanos 12:2). Nossa esperança deve ser o encontro com Jesus e sua volta gloriosa (Tito 2:13).

              A Bíblia nos revela que, por ocasião da volta gloriosa de Jesus, o anticristo e seus exércitos serão derrotados (II Tessalonicenses 2:8 e Apocalipse 19:11-21). Se o sistema maligno, no qual o mundo jaz atualmente, será derrotado por Jesus em sua segunda vinda, então a concretização do reino de Deus na Terra só se tornará um fato real após esses eventos (vinda em glória e derrota do anticristo e sistema), colocando o Milênio como uma conseqüência direta desses eventos.  O sistema maligno será derrotado definitivamente para que o Reino do Senhor seja instaurado (I Coríntios 15:25).   

              Nesse aspecto, é interessante notar que, quando Jesus se referiu ao "fim do mundo" na parábola do joio e do trigo (Mateus 13:39), e quando mencionou o "mundo vindouro", em seu diálogo com os saduceus (Lucas 20:35), é utilizado para "mundo" o termo grego  "aeon", o qual significa sistema ou era. Tal termo não se aplica ao planeta Terra.   

 

               UM REINO LITERAL 

 

               São muitas as passagens bíblicas que nos remetem a um reino literal de paz e comunhão sobre a Terra (Isaias 1:25-31, Isaias 2:1-22, Jeremias 23:5-8, Miquéias 4:1-4, Ezequiel 34:11-24, Zacarias 14:1-21, João 3:5, Apocalipse 12:10, entre outras). Não nos parece apropriado alegorizar essas descrições, aplicando-as ao presente, que é violento e no qual a iniquidade se multiplica (Mateus 24:12).

              É obvio que existe o reino espiritual e eterno de Deus, do qual somos embaixadores (II Coríntios 5:19-20). Também é certo que, a partir do nascimento de Jesus e a delegação deixada à Igreja de anunciar as boas novas, o reino de Deus, do ponto de vista espiritual e profético, já existe na Terra, porém isso não nega a concretização física desse reino.

               Quando Paulo nos mostra em I Coríntios 15:50 que, nem carne nem sangue herdarão o reino dos céus, não está excluindo desse reino aqueles que não receberão corpos glorificados. Está apenas revelando que a Igreja receberá o reino como herdeira e co-herdeira com Jesus (Tiago 2:5, Mateus 5:10, Daniel 7:22), até porque o reino terá como sede Jerusalém (Zacarias 14:16-17), a nação israelense continuará existindo fisicamente (sem corpos glorificados) e muitas nações continuarão existindo, sob o governo do Mestre, mesmo algumas daquelas que subirão contra Jerusalém no Armagedom (Zacarias 14:16, Ezequiel 36:33-36). Não devemos confundir esse cenário do final da tribulação (anticristo e exércitos) com o cenário pós-milenal (Gog e exércitos), como o fazem os pós-milenistas, pois na rebelião de Gog e Magogue no final do milênio, todos os que marcharem contra Jerusalem serão eternamente condenados (Apocalipse 20: 7-15).

               A Bíblia deixa claro que Jesus será o Rei dos judeus e se assentará literalmente no trono de Israel (Lucas 1:32-33), cumprindo literalmente a promessa feita a Davi (Salmos 89:3-4).

 

                O JUÍZO PRÉ-MILENAL 

 

               Uma passagem que tem originado muita discussão encontra-se em Mateus 25:31-46, na qual aparentemente o juízo final ocorre por ocasião da volta de Jesus em glória, sustentando assim a argumentação dos modelos amilenista e pós-milenista, pois o Apocalipse revela que o juízo final ocorre após o milênio.

               Porém, analisando detalhadamente e comparando o juízo de Mateus 25:31-46 e as passagens que descrevem o juízo final, vemos diferenças substanciais. O primeiro juízo, que ocorre imediatamente após a volta de Jesus é um juízo dirigido às nações (Mateus 25:32), baseia-se em “ações” dessas nações em relação aos “pequeninos”, simbolizando a nação israelense (Mateus 25:31-40). Também é um juizo destinado à separação entre o joio, aqueles que durante a tribulação receberam conscientemente a marca da besta e a adoraram, permanecendo vivos no final da grande tribulação, e o trigo, os servos fiéis de Deus em todos os tempos, inclusive na tribulação (Mateus 13:24-30, Apocalipse 14:9-14). O segundo juízo, após o Milênio, é final (Apocalipse 20:11-15), baseia-se no livro da vida (Apocalipse 20:12), assumindo assim um caráter essencialmente espiritual e irá requerer uma ressurreição de todas as pessoas de todas as épocas da humanidade que não fazem parte dos salvos (Apocalipse 20:13). Esta é a segunda morte relatada em Apocalipse 20:6. O Apocalipse relata que, por ocasião da volta de Jesus, ocorrerá a primeira ressurreição, que será dos salvos mortos de toda história, inclusive os mortos durante a grande tribulação. Essa diferença entre as duas ressurreições separa mais uma vez a segunda vinda do juízo final e, consequentemente, o juízo das nações (após a volta de Jesus) do juízo final (após o Milênio). Note que, aqueles que participarão da primeira ressurreição (cristãos ressuscitados), reinarão com Cristo durante mil anos, separando a primeira e segunda ressurreição por esse espaço específico de tempo.

 

               “...E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e da palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição” (Apocalipse 20:4-6). 

 

               Neste texto fica bastante clara a existência de um período de mil anos entre uma ressurreição e a outra, algo que não deve ser alegorizado. É uma questão de lógica: se da primeira ressurreição participam também aqueles que serão martirizados pela besta em plena grande tribulação (período em que, de acordo com o amilenismo, satanás será solto de sua prisão milenal), e esses mesmos martirizados durante a grande tribulação participarão ativamente do Milênio (Apocalipse 20:6), consequentemente, o Milênio não pode ocorrer antes da grande tribulação! Afirmar o contrário (que o Milênio é um período anterior à grande tribulação), é forçar a cronologia bíblica.

               Outra diferença substancial entre o julgamento que ocorrerá logo após a volta de Jesus e aquele que terá lugar após o Milênio, é o fato de que o diabo, quando é jogado no lago de fogo, após a rebelião final do milênio, já encontra no lugar tanto o anticristo quanto o falso profeta, QUE JÁ TINHAM SIDO LANÇADOS ANTES (Apocalipse 20:10). Isso indica uma diferença de tempo entre a condenação da besta e do falso profeta e a condenação do diabo. De acordo com a revelação apocalíptica, essa diferença de tempo é de mil anos. Indica também, mais uma vez, que o Milênio ocorrerá cronológicamente após a grande tribulação.  

 

               SATANÁS AMARRADO 

 

               Como conseqüência direta da volta de Jesus, satanás será amarrado por mil anos, o que não condiz com a realidade atual, na qual o mistério da iniquidade opera (II Tessalonicenses 2:7) e o espírito do anticristo está atuante desde que o mistério da redenção por Cristo foi revelado (I João 4:3). Paulo esclarece aos coríntios que satanás é "o deus deste século" (II Coríntios 4:4). . O termo grego usado por Paulo é "aeón", o qual se refere ao sistema governamental e a influência social deste mundo. Na carta à Igreja em Pérgamo, João esclarece que satanás "habitava" entre as pessoas daquela cidade (Apocalipse 2:13). Ou seja, isso em nada corrobora a posição a-milenista, que insinua a prisão de satanás como uma realidade dos dias atuais. De acordo com o a-milenismo, satanás se encontra "parcialmente" inoperante e só será solto no começo da tribulação. Tal afirmativa parece não encontrar uma sólida argumentação bíblica. 

               A revelação apocalíptica é clara em mostrar que o objetivo da prisão do diabo é impedir que ele engane as nações (Apocalipse 20:3). O texto não diz que ele não enganará “muito” ou “tanto” as nações, mais que ele não enganará “mais” as nações por um determinado período. Diante de toda a atuação satânica descrita na Palavra e vista por nós mesmos em nossos dias, vemos que a premissa a-milenista se mostra muito frágil neste ponto. Acreditamos que essa prisão de satanás será drástica e o impossibilitará totalmente de interagir com as nações. De acordo com o texto apocalíptico, tal prisão ocorrerá como resultado direto da vinda de Jesus e não antes (Apocalipse 19:19-20, Apocalipse 20:1-6). Não se trata de uma prisão em “regime semi aberto”, como parece insinuar o a-milenismo, mais uma impossibilidade total de interação com os seres humanos. Em Judas 6, é descrita a prisão de anjos no abismo. O texto esclarece que há uma impossibilidade de interação entre esses anjos trancafiados e os seres humanos, ao revelar que eles estão numa prisão eterna, até o dia do juízo. Essa prisão é o abismo. Satanás, de acordo com o texto apocalíptico, será encadeado e preso no abismo por um determinado tempo (Apocalipse 20:1-3).

              Cremos que o fato de satanás ser amarrado por mil anos ainda acontecerá e será resultado da vinda gloriosa de Cristo (Apocalipse 19:11-21, Apocalipse 20:1-3). O diabo não será amarrado como conseqüência exclusiva da pregação do evangelho ou antes da vinda gloriosa de Jesus, e sim após um acontecimento concreto: a volta de Jesus em glória. A revelação apocalíptica nos leva a esse entendimento.

 

               PRIMEIRA RESSURREIÇÃO

 

               O termo “primeira ressurreição” aparece pela única vez no texto apocalíptico e em toda a Bíblia em Apocalipse 20:5-6. Há uma dualidade de interpretação para esse termo. O pre-milenismo o entende como uma ressurreição literal, enquanto que o a-milenismo o entende como um termo simbólico, o qual estaria descrevendo o novo nascimento experimentado por todos os salvos.

               Cremos que, neste caso, não há razões para não ser literal, até porque o uso de alegoria para o termo “primeira ressurreição” traz várias incongruências contextuais. Em primeiro lugar está o termo “mortos”. Ele aparece quando é descrita a ressurreição para o juízo final em Apocalipse 20:13. De acordo com o a-milenismo tal ressurreição será literal, conceito com o qual concordamos. Porém, vemos que o a-milenismo usa aqui um duplo padrão. Os “mortos” de Apocalipse 20:13 são considerados mortos literais, mas os “mortos” que experimentam a primeira ressurreição são considerados “mortos espirituais”, quando o termo utilizado em Apocalipse 20:5 e 20:13 é o mesmo! Da mesma forma, está o termo “viveram”. João registra que: “...e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem...” (Apocalipse 20:4-5). Note que a terminologia usada para a volta à vida na primeira ressurreição e na última é similar. A mesma expressão é usada no livro para descrever a ressurreição física de Jesus (Apocalipse 2:8). O a-milenismo, ao alegorizar o “viveram” da primeira ressurreição, volta a usar um duplo padrão dentro do mesmo contexto! Ou seja, o “viveram” da primeira ressurreição seria um “reviver” espiritual através do novo nascimento e o “reviver” da ressurreição final, aí sim, seria um “reviver” literal... Cremos que tal interpretação é temerária. Em poucos versículos, o a-milenismo usa duas vezes um duplo padrão, ao interpretar de duas formas distintas (alegórica e literal) os termos “mortos” e “viveram/reviveram”. Cremos que o literalismo em ambos os casos é a posição mais prudente, colocando a primeira ressurreição como uma ressurreição literal, a qual ocorrerá por ocasião da volta de Cristo e da qual participarão todos os salvos.

 

               OS SINAIS 

 

               Tanto Jesus, quanto Paulo, nos revelam dois grandes sinais, entre outros, que antecederiam a volta gloriosa de Jesus: a apostasia ou esfriamento espiritual e a manifestação do anticristo ou abominação da desolação (II Tessalonicenses 2:3, Mateus 24:12-15). Se a volta de Jesus ocorresse depois do Milênio, como é defendido pelo pós-milenismo e o amilenismo, tanto Jesus quanto Paulo teriam mencionado esse importante sinal, muito diferentes na essência aos sinais revelados (apostasia crescente e manifestação do anticristo).  

                            

               UM REINO CONCRETO

 

               Em Atos 1, momentos antes da ascenção, os discípulos perguntaram a Jesus: “...Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino ?” Jesus respondeu: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações, que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (Atos 1:6-7). Como Jesus instrui os discípulos a esperarem e anunciarem o reino (versículo 8), reservando a Deus o direito de revelar quando chegaria o reino, fica subentendido que o reino de Deus será concreto e com um tempo previsto para ser implantado e não um conceito figurado. O Senhor não negou a restauração literal do Reino de Israel, apenas deixou claro que a época em que isso ocorreria está sob a soberania de Deus. 

 

               UM REINO DIVINO NA TERRA

 

               Em João 18:36, Jesus diz: “...O meu reino não é deste mundo...”. Essa declaração de Jesus foi dada a Pilatos, pouco antes da crucificação do Mestre. De acordo com alguns, essa declaração de Jesus descarta um reino visível e concreto sobre o planeta após sua vinda. Porém, não é isso que o texto revela. Jesus queria que Pilatos entendesse que o seu interlocutor não era rei de nenhuma nação naquele momento. Jesus não estava referindo-se ao futuro e sim ao presente, respondendo a Pilatos uma pergunta que tinha claras conotações políticas (acusar Jesus como um líder político rebelde a Roma com o objetivo de justificar sua condenação).

               Ou seja, o reino de Deus não é deste mundo (sistema), pois não pertence ao atual sistema, que é maligno. Quando esse sistema for aniquilado na volta gloriosa de Cristo, então o reino de Cristo passará a ser deste mundo e Ele reinará sobre todos com justiça (I Coríntios 15:25, Apocalipse 19:11-21, Miquéias 4:1-4, Isaías 11:1-12, Apocalipse 20:1-6).

 

              UM REINO VISÍVEL 

 

              O reino de Jesus sobre a terra será visível e abrangerá todos os povos, trazendo paz e justiça sobre as nações (Zacarias 14:9-21, Apocalipse 19:15). O amilenismo geralmente baseia-se em passagens como a contida em Lucas 17:20-21, para sustentar a concretização desse reino terrestre apenas a nível espiritual. O texto mencionado diz: “...O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós”.

              Antes de comentar o texto acima, é preciso deixar claro que o reino de Deus tem um caráter espiritual intrínseco, como tudo o que vem do Senhor. Nós, como Igreja de Cristo, somos embaixadores desse reino, através do ministério da reconciliação, como já foi abordado (II Coríntios 5:18-21).

              O texto de Lucas 17:20-21 parece indicar um reino exclusivamente espiritual e fruto da experiência pessoal com Deus. Contudo, ao analisar detalhadamente o texto em questão, descobrimos verdades reveladoras. A palavra grega usada no original é “entos”, que é traduzida em algumas versões como “dentro de vós”. Essa expressão grega é traduzida de uma melhor forma para “entre vós”, referindo-se à presença do próprio Cristo no meio daquele povo. Ou seja, Cristo é a expressão mais íntima do próprio reino. Quando olhamos o contexto da passagem, vemos que Cristo estava respondendo diretamente uma indagação maliciosa dos fariseus.  Não faria muito sentido afirmar que o reino de Deus estava “dentro” dos fariseus e sim que tal reino estava “entre” os fariseus. Jesus é a personificação plena do Reino. Por isso, o Reino estava "entre" os fariseus. Através da Igreja, o Reino continua estando "entre"  as nações, até o momento em que será colocado "sobre" as nações.

              A respeito do fato do reino de Deus não vir “com aparência exterior”, dando uma impressão de invisibilidade, devemos esclarecer o seguinte: Jesus estava falando da sua vinda em glória (versículo 24). Quando o Mestre disse que a vinda do reino de Deus seria sem aparência exterior, não estava referindo-se à sua vinda em glória, para arrebatar a Igreja e instaurar o seu reino, pois essa vinda será visível, como um relâmpago (Lucas 17:24, Mateus 24:30). O próprio Jesus explica porque a chegada do seu reino não será com aparência exterior: “...E dir-vos-ão: Ei-lo ali!, ou: Ei-lo aqui! Não vades, nem os sigais (Lucas 17:23). Ao revelar que seu reino viria sem “aparência exterior”, Jesus estava alertando os discípulos a não serem enganados por APARÊNCIAS de reino. Um reino com aparência exterior de justiça, poder e divindade, porém sem essência. Esse é um aviso específico ao reino do anticristo, que, através de sinais e aparências, enganará a muitos (Mateus 24:23). (Para maiores informações, acesse o tópico "OS SINAIS").

 

               TRIBULAÇÃO X REBELIÃO 

 

               Existem grandes diferenças entre a tribulação que antecede a volta de Cristo (Mateus 24:21) e a rebelião satânica, denominada de Gog e Magog, a qual ocorre após o reino milenal de Cristo.

               Não podemos confundir também Gog e anticristo, nem tampouco o Gog pós-milenal (Apocalipse 20:8) com o Gog de Ezequiel 38 e 39, que está mais relacionado ao começo da tribulação.

               O Gog que vemos surgir no término do Milênio é uma alegoria ao primeiro Gog, pois sairá dos quatro cantos da terra (de todo o planeta), numa ação repentina de satanás, após mil anos de inatividade. Já o Gog de Ezequiel 38 e 39, é um rei que vem “do extremo norte” (Ezequiel 38:15). Também, há um detalhe importante: as armas do exército do Gog de Ezequiel serão utilizadas como combustível durante sete anos, necessidade que não condiz com a realidade pós-milenal, na qual teremos nova Terra e novos céus, sob o reinado do próprio Deus, e sim se aplica a uma necessidade tribulacional, já que a tribulação durará sete anos. Que necessidade haveria de usar essas armas como combustível num cenário pós-milenal, no qual a Nova Jerusalem descerá do céu, e a cidade não precisará de sol nem lua, tal a grandeza da glória de Deus e da presença do Cordeiro? (Apocalipse 21:23).

               Também não se pode confundir a atuação desses dois Gog com a do anticristo, o qual não atacará Israel até a parte final da tribulação. Ou seja, as armas do exército do anticristo não poderiam ser queimadas por sete anos. Também, o anticristo não pode ser relacionado a nenhum rei do “extremo norte” e sim do “ocidente”, de acordo com as profecias de Daniel.

 

               O PROPÓSITO DAS BOAS NOVAS

 

              Jesus, pouco antes de ascender, deixou para a Igreja sua principal missão no mundo: O ANÚNCIO DAS BOAS NOVAS (Atos 1:8, Marcos 16:14-15). O avanço da Igreja através do evangelismo tem como finalidade testemunhar ao mundo o nome de Jesus (Mateus 24:14) e anunciar a todos a salvação exclusiva em Cristo (Atos 4:12).

              Muitos erram ao imaginar que o atual sistema maligno será derrotado em função do crescimento da Igreja e de sua atuação evangelística, alcançando todos os níveis de poder político e social. As pessoas, através do novo nascimento, são transformadas em Cristo (João 3 1-16), porém o sistema será destruído completamente para possibilitar a instauração do reino de Jesus (Apocalipse 19 e 20). Ou seja, o propósito da pregação das boas novas não é o domínio atual no terreno político e social, através da conversão total do planeta (Mateus 25:52, João 18:36). Sustentar o contrário é negar todas as profecias referentes aos últimos tempos, as quais relatam um nível cada vez maior de iniqüidade e maldade, inclusive de apostasia (II Tessalonicenses 2:3, I Timóteo 4:1-5, II Timóteo 3:1-9). O próprio Jesus nos revela esse princípio: “E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mateus 24:11-13). É necessário que o sistema seja destruído para que o reino de Deus seja instaurado de forma concreta e visível na Terra e para que nós reinemos com Jesus. Existe um tempo determinado para que os santos possuam o reino (Daniel 7:22).

               A pregação do evangelho visa anunciar o arrependimento e crença nas boas novas de salvação pessoal através de Cristo (Marcos 1:15), anunciar a supremacia de Deus sobre tudo e todos (João 12:28, João 18:36), revelar a proximidade da concretização do reino de Deus e a destruição do sistema satânico (João 12:31, João 16:11) e o livramento do mundo das forças do pecado (Atos 26:18, Romanos 6:1-23).

              Através da presença e atuação de seus servos na Terra, como embaixadores, o reino de Deus já existe pela fé, porém a sua concretização só ocorrerá a partir da volta de Jesus em glória, como Rei e Senhor do mundo. O mundo, que atualmente jaz inteiramente no maligno, passará a ser dos santos por herança, sob o domínio de Deus (I Coríntios 15:23-26).

 

              TESTEMUNHO PRIMITIVO

 

              Há uma tendência nos escritos primitivos que nos levam à convicção de que os primeiros líderes da Igreja tinham uma concepção nitidamente pré-milenista, literalista, futurista e pós-tribulacionista. Eles, em plena tribulação, esperavam a concretização de todos os sinais e a volta do Mestre já em seus dias, para livrá-los da tribulação, derrotar o iniqüo e instaurar seu reino na Terra. Quando as cartas apocalípticas começaram a ser divulgadas (a partir de 90 DC), o Milênio profetizado na revelação mostrada a João foi, entre aqueles irmãos, interpretado de forma literal. A alegorização de certas promessas bíblicas começou a ganhar corpo no seio da igreja primitiva somente a partir do século III, através dos escritos de Orígenes. Posteriormente, essa tendência foi consolidada por Agostinho. 

             Não vemos razões para ter uma concepção diferente à de nossos primeiros irmãos. Eles tiveram contato direto com os apóstolos e/ou seus sucessores imediatos. Aquilo que foi escrito por homens como Papias, Irineu, Justino, etc, reconhecidos como lideranças, deve ser considerado com atenção. É incongruente pensar que os apóstolos, que receberam a inspiração do Espírito Santo para escrever os livros que usamos como base doutrinária, não tiveram o discernimento suficiente para interpretar aquilo que estava escrito. Pelo contrário! Os irmãos primitivos possuiam informações escatológicas que nos hoje não temos (II Tessalonicenses 2:5-6). Então, se faz necessário saber qual era a concepção primitiva a respeito do Milênio: